segunda-feira, 21 de junho de 2010

Anticorpos sintéticos

Logo depois da ciência ter apresentado uma célula com DNA sintético, que muitos chamaram de "vida artificial", agora um outro grupo de cientistas anuncia a criação do primeiro anticorpo sintético.

Cientistas primeiros anticorpos artificiais

Um grupo de pesquisadores do Japão e dos Estados Unidos criou uma versão artificial, sintética, de proteínas produzidas pelo sistema imunológico humano capazes de reconhecer e lutar contra infeccões e substâncias estranhas que entrem na corrente sanguínea.

Vírus, bactérias e alergias

A descoberta, sugerem eles em um artigo do jornal da American Chemical Society, é um avanço rumo ao uso médico de simples partículas de plástico que podem ser adaptadas para combater uma série de "antígenos problemáticos".

Esses antígenos incluem qualquer coisa, de vírus e bactérias causadores de doenças, até as incômodas proteínas que causam reações alérgicas ao pólen, à poeira doméstica, a determinados alimentos, à hera venenosa ou a picadas de abelhas.

Nanopartículas

No artigo, Kenneth Shea, Yu Hosino e seus colegas da Universidade da Califórnia referem-se a uma pesquisa anterior, na qual eles desenvolveram um método para construir as nanopartículas de plástico que imitam os anticorpos naturais em sua capacidade de grudar em um antígeno.

Nanopartículas, atualmente o produto mais conhecido da nanotecnologia, são minúsculos aglomerados de matéria com dimensões 50.000 vezes menores do que a espessura de um fio de cabelo humano.

Melitina

O antígeno usado na pesquisa foi a melitina, a principal toxina do veneno das abelhas.

Os cientistas misturaram a melitina com pequenas moléculas chamadas monômeros e, em seguida, induziram uma reação química que liga esse blocos básicos em longas cadeias, e as solidificaram.

Quando as pequenas esferas plásticas endurecem, os pesquisadores eliminam quimicamente o veneno, deixando as nanopartículas com pequenas crateras com a forma exata da toxina, exatamente como se você colocar o pé em um cimento fresco e deixá-lo endurecer.

Anticorpos artificiais

Nesta nova pesquisa, juntamente com o grupo de Naoto Oku, da Universidade de Shizuoka, no Japão, o grupo comprovou que os anticorpos plásticos de melitina funcionam exatamente como os anticorpos naturais quando são inseridos na corrente sanguínea de animais vivos.

Os cientistas aplicaram injeções letais de melitina em camundongos - a melitina "rasga" e mata as células.

Os animais que receberam imediatamente uma injeção com os anticorpo artificiais apresentaram uma taxa de sobrevivência significativamente maior do que aqueles que não receberam as nanopartículas.

Alvos

Essas nanopartículas poderão ser fabricados para uma grande variedade de alvos, afirma Shea.

"Isso abre as portas para pensarmos seriamente em usar essas nanopartículas em todas as aplicações onde os anticorpos são utilizados," conclui ele.

Os cientistas não preveem ainda o início dos testes dos anticorpos artificiais em humanos.

Genética vira arma contra bactéria resistente a antibióticos

Uma equipe internacional de cientistas desenvolveu um método de mapear geneticamente asbactérias Staphylococcus aureus resistentes à meticilina – as temidas bactérias resistentes a múltiplos antibióticos, contraídas em meio hospitalar, conhecidas pela sigla MRSA. O trabalho, publicado em janeiro na revista Science, criou um método de baixo custo para o mapeamento genético dessas bactérias, permitindo compreender melhor sua forma de migração entre os países. Isso tornará mais fácil responder a novos surtos, ou até a evitá-los.

A descoberta permite identificar não apenas a história da epidemia, os saltos que as bactérias deram entre continentes, como também a viagem que fazem de pessoa para pessoa, de enfermaria para enfermaria.

Foram usadas amostras de diferentes partes do mundo, coletadas durante 20 anos, entre 1982 e 2003. Este material permitiu estabelecer uma árvore evolutiva de uma estirpe da bactéria que é hoje responsável por 90% das infecções na China, mas não se sabia o caminho que a havia levado até lá.

Além do detalhamento da rota dessa estirpe da bactéria, o estudo também usa os avanços da tecnologia para sequenciar rapidamente todo o genoma da bactéria por um custo acessível (US$ 320).

Cientistas desenvolvem tabaco que produz colágeno

O colágeno é a proteína mais abundante no corpo humano e a mais importante em todos os tecidos conectivos.

Cientistas israelenses da Universidade de Jerusalém produziram a réplica do colágeno humano por meio de plantas de tabaco geneticamente modificadas. A importância da pesquisa está ligada ao fato do colágeno ter aplicações médicas como implantes e outros procedimentos da medicina regenerativa.

O colágeno humano foi obtido por meio da expressão de cinco genes diferentes na planta do tabaco. O trabalho foi patenteado e a primeira produção comercial já atraiu o interesse do Japão, dos Estados Unidos, da Europa e de Israel.

O produto atualmente utilizado é feito a partir de animais como bois e porcos, além de cadáveres humanos, o que tem levantado questões éticas sobre o tema. Além disso, a fonte animal pode ser perigosa pela possibilidade de conter vírus que podem ser perigosos para as pessoas, o que não acontece com o novo produto.
O mercado atual de colágeno no mundo é de cerca de U$ 30 bilhões por ano.


CIB - http://www.cib.org.br/em_dia.php?id=1276